A peça Augusto, o Humano, apresentada em Abril de 2009 pela Troupe Parabolandos, em Suzano, é representada através de mistério, e um humor delicado desde o início do espetáculo, mostrando os conflitos de Augusto e Fooly, que não aceitam os argumentos e questões levantadas pelo outro.
No decorrer da história temas inerentes a qualquer ser humano como egoísmo, altruísmo, covardia, medo, relacionamentos interpessoais, nostalgia entre outros, são abordados sutílmente.
Apesar do enredo da peça girar em torno do comportamento humano na atualidade, as personagens expressam-se fisicamente de maneira primitiva, apresentando situações vivenciadas por rodos nós em nosso cotidiano, às quais muitas vezes reagimos instintivamente, tornando nosso comportamento semelhante ao de animais menos desenvolvidos.
Mesmo com alguns aspectos cômicos, a peça leva à reflexão sobre questões como a vulnerabilidade dos seres humanos, a necessidade de sermos reconhecidos pelo que fazemos, a definição do conceito de liberdade, mas, acima de tudo, a importância do auto-conhecimento, não mostrando a patologia de uma personalidade desfragmentada e sim um conflito psíquico saudável no qual a pessoa que passa por este começa a conhecer melhor seus limites, sonhos, expectativas, medos e angústias.
Em suma, o texto nos remete a pensarmos um pouco mais nos seres humanos à partir de nossas vivências, a criticarmos aquilo que acredita-se ser verdade absoluta, nos leva ao pensamento de transformação, primeiramente do mundo interior para depois tentarmos modificar algo no mundo exterior, pois não somos somente seres pensantes, somos também seres que agem no mundo e que se relacionam com outros seres.
Por Gel Marcondes e Darlan Filé Jr.